Nossa proposta está muito longe de ser uma aceleração do processo de aquisição da leitura e da escrita. Entendendo o contexto atual, queremos fazer do processo de alfabetização algo maior, que envolve o contato a diversidade de textos que existem no mundo e com a diferentes linguagens que são usadas para lê-los
Roberta Manreza Publicado em 27/03/2020, às 00h00 - Atualizado às 13h21
A plataforma Ler o Mundo está aberta, gratuita, durante toda a quarentena. São muitas atividades e histórias que podem ser aproveitadas pelos pais, mães e crianças que estão em casa!
Que tal ajudar seu filho na aprendizagem da leitura e da escrita?
Como as crianças são muito curiosas, podem aprender a ler e a escrever de uma maneira contextualizada, lúdica, significativa e criativa!
Como? É só mostrar a elas que é possível ler o mundo!
E quem disse que isso é só papel da escola? Mães, pais e familiares podem – e devem – fazer parte dessas conquistas.
O curso Ler o Mundo é feito para isso: ajudar pais e mães (ou até cuidadores) a auxiliar seus filhos nessa tarefa, tão desafiadora e importante para toda a vida.
Quando vamos falar sobre a educação das crianças, é comum nos dirigirmos aos pais. Naturalmente, os pais são os responsáveis pelos filhos e isso inclui, claro, a educação. Mas não é só com pais e filhos que a educação acontece, certo? Assim como não é só de pais e filhos que uma família é formada.
Entendemos que a relação dos pais com as crianças é muito importante para sua formação – tudo o que vivem juntos fica registrado e é assim que a educação acontece. No entanto, não achamos que existam modelos de pais, de educação e muito menos de família!
Cada pessoa tem sua história de vida – há quem tenha por perto pai e mãe, há quem tenha apenas o pai, apenas a mãe. Duas mães, dois pais. Irmãos, avós, tios e primos. Padrasto, madrasta. A educação acontece através do vínculo, da referência, do contato, do amor – seja como for a história de cada um.
Afinal, o que é ler o mundo?
Para começar a pensar sobre isso, vamos refletir sobre o momento em que vivemos e os desafios que os dias de hoje nos colocam, como pais e educadores.
Na área de educação, o principal tema de discussão ainda é como preparar as novas gerações para os desafios do século XXI.
O mundo está mudando muito rápido, mais do que acontecia antigamente, devido às novas tecnologias. O acesso à informação e a aprendizagem se configuram de uma outra maneira.
Assim, muda também a forma de olharmos para o conteúdo. O que antes era transmitido na sala de aula agora pode ser acessado facilmente na Internet. Então, surgem outras questões: como buscar conteúdo e respostas na Internet? Como saber o que é bom ou o que é melhor? É preciso aprender a pesquisar e a selecionar informação.
Muda também o jeito como nos relacionamos. Usamos a tecnologia para a comunicação, as redes sociais, e muitas crianças e adolescentes navegam pelo mundo virtual sem nenhum tipo de orientação e reflexão sobre a natureza e a qualidade do conteúdo. Como ajudá-los? Qual é o papel de quem educa? A criança precisa aprender a se relacionar com as pessoas e com o mundo. Precisa aprender a pensar sobre o mundo, refletir sobre as situações de vida e situações-problema, que estão cada vez mais complexas.
Dessa forma, o aprendizado muda como um todo. A criança de hoje, diferentemente de outras gerações, nasce inserida nesse novo mundo tecnológico. É preciso ter fôlego e disposição para entender o que está acontecendo, participar desse mundo e refletir sobre as constantes mudanças. Não é preciso ter medo da tecnologia, ela traz muitas vantagens e faz parte da nossa vida.
A alfabetização, nesse contexto, muda muito também. A criança precisa e quer ler o mundo à sua volta. E, para isso, usa diversas linguagens.
A criança precisa entender de onde vem e para que servem os textos, tanto os orais, as imagens quanto os escritos. Precisa descobrir seu interesse, saber o que a encanta. Precisa olhar para um monte de estímulos e informações e escolher o que quer naquele momento. Muitas vezes ela precisa saber ser bem rápida, mas, mais importante do que isso: ela precisa saber parar, respirar, deixar o tempo passar, se encontrar com a natureza, ler por prazer, brincar, se entediar.
Nossa proposta está muito longe de ser uma aceleração do processo de aquisição da leitura e da escrita. Entendendo o contexto atual, queremos fazer do processo de alfabetização algo maior, que envolve o contato a diversidade de textos que existem no mundo e com a diferentes linguagens que são usadas para lê-los.
Enfim, para nós, alfabetizar-se é conhecer e compreender os múltiplos textos e linguagens que existem no mundo e saber para que servem, poder usá-los e interpretá-los à sua maneira.
Isso é ler o mundo.
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