Em entrevista ao Papo de Mãe, o estudante Lucas Costa conta como é ser pai na adolescência e a importância do apoio da família nessa jornada
Maria Cunha* Publicado em 08/08/2021, às 10h29
Quando descobriu que seria pai, Lucas Costa tinha só 17 anos. Ele e a mãe de Théo, Milena, estavam juntos há 2 anos quando ela soube que estava grávida. A descoberta veio um dia antes do Dia do Pais, em 2019, e foi um choque, pois Milena já estava grávida de 5 meses.
De acordo com Lucas, o bebê não havia crescido muito e a mãe de Théo chegou a menstruar grávida. Então, foi só ao fazer um exame, que receberam a notícia da vinda do filho.
“A primeira sensação foi medo, pânico. O que eu vou fazer da minha vida? Eu tenho um filho. Mas, enquanto está grávida só, você vai levando. Quando nasce, você percebe que é real mesmo, está acontecendo”.
Mas, para Lucas, a chave de tudo foi o apoio de sua família, que desde o início o tranquilizou e se mostrou disponível a ajudar.
“Eles diziam que estava tudo bem, que criança é uma benção e ficaram felizes. Então, de fato, pra mim foi bem tranquilo, teve aquele medo que é quando você paralisa, mas graças a minha família continuei, foi tudo bem e está tudo dando certo”.
Hoje em dia, desde que Théo nasceu, Lucas conta que não mudou muita coisa em sua rotina. Embora não esteja mais em um relacionamento com a mãe do filho, ele afirma que cuidar de Théo continua sendo tranquilo.
“Eu tenho o apoio da minha família, que sempre está mandando leite, fralda. Minha mãe e meu pai brincam com ele”.
Além disso, Lucas, que havia trancado a faculdade de Economia, começou um novo capítulo em sua vida, a faculdade de Administração. Agora, o pai de Théo também vai trabalhar e comenta que conciliar tudo é uma responsabilidade muito grande, assim como pensar no futuro do filho e no que vai ser daqui pra frente.
“Mas, ao mesmo tempo, é bem legal, bem gostoso. Viver a experiência de ter um filho com essa idade me ajudou a dar um rumo melhor para a minha vida, criar responsabilidades, investir e pensar no futuro, além de só sair e curtir com os amigos. A minha experiência, talvez por causa das minhas condições e da família que eu tenho, está sendo bem leve e bem gostosa de viver. Se eu pudesse voltar no tempo e escolher, eu teria tido o Théo”. (Lucas Costa)
Ainda assim, o pai de Théo explica que não pode negar que acaba abrindo mão de comprar algumas coisas para comprar para o filho e de sair para alguns lugares para sair para outros com Théo. Mas, ele afirma que não é nada que se sente forçado a fazer ou que envolva sofrimento.
“Eu acho que, pela minha família, isso está sendo bem melhor e também pela visão que eu interpretei de tudo isso. A partir do momento em que você tem um filho, você pode pensar que ele arruinou a sua vida ou você pode interpretar de uma forma boa e gostosa, e aí o resto vai ser consequência”.
Em relação à Lucas e a mãe de Théo não estarem mais juntos, ele afirma que ambos estão lidando bem com essa situação.
“Ele fica uma semana aqui e outra lá, a gente tem um relacionamento, de conversar sobre o Théo, até que bem adulto”.
O pai de Théo conclui ao reforçar que, hoje, a sua vida está completamente em ordem, o que inclui desde os cuidados de Théo, que hoje tem um 1 ano e 7 meses, a relação com a família e até a separação da mãe do filho.
*Maria Cunha é repórter do Papo de Mãe