Desde a gestação até os dois anos de idade, 1000 dias de vida, alguns cuidados são essenciais para o desenvolvimento futuro das crianças
Fernanda Fernandes* Publicado em 12/12/2021, às 14h42
Os primeiros mil dias de vida possuem grande importância para o desenvolvimento físico e mental do ser humano. Nesta fase, que vai desde a gestação até os dois anos de idade, segundo a Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância) as células cerebrais podem fazer até mil novas conexões a cada segundo, conexões essas que contribuem para o funcionamento do cérebro e para a aprendizagem das crianças.
Por isso, durante esse período alguns cuidados essenciais devem ser tomados desde a fase da gestação, para a aparição de benefícios futuros.
Ter uma boa alimentação durante essa fase é muito importante. E vale reforçar que os cuidados começam bem antes do bebê nascer, tanto os hábitos alimentares da mãe durante a gravidez quanto no período de amamentação influenciam a saúde da criança.
Em entrevista ao Papo de Mãe, Carolina Curci, ginecologista especializada em amamentação afirma:
Tudo o que a mamãe come o bebê também acaba ingerindo. Então ter uma alimentação saudável com pouco sal e açúcar são essenciais para a saúde do bebê desde a gestação e amamentação. É necessário também manter os hábitos de alimentação saudável sempre bebendo muita água, chá, para se manter hidratada”.
A médica também comenta sobre a importância do leite materno para o bebê, dizendo que ele contém todos os nutrientes e anticorpos essenciais até o 6º mês de vida, além de: reduzir em 13% a mortalidade até os cinco anos; evitar diarreia e infecções respiratórias; diminuir o risco de alergias, diabetes, colesterol alto e hipertensão; levar a uma melhor nutrição e reduzir a chance de obesidade.
Em relação à alimentação adequada, Carolina recomenda a ingestão de frutas, verduras e legumes, e faz um alerta para as mães sempre tomarem cuidado com o sal, açúcar e produtos industrializados. “Doces, refrigerantes, corantes e alimentos picantes podem causar gases. Quanto mais natural a alimentação menor as chances de doenças crônicas, não transmissíveis no futuro”.
Um estudo realizado pela Child Psychoterapy Trust constatou que as experiências vividas na primeira infância afetam a formação do cérebro da criança em áreas relacionadas com a empatia e as emoções.
Pensando nisso, além de ter uma boa nutrição, o contato entre os pais e os filhos ajuda muito o desenvolvimento dos pequenos. Demonstrações de amor e carinho fortalecem o vínculo entre as famílias, e aumentam a imunidade do bebê.
Estimular brincadeiras desde o nascimento também trazem bons resultados para a criança. Por meio de brincadeiras ocorrem muitas formas de aprendizagem, novos sentimentos e sensações. As crianças também aprendem a se comunicar e desenvolvem habilidades motoras.
Lançado no dia 5 de agosto, dia Nacional da Saúde, o Instituto Opy Health, é uma associação sem fins lucrativos que tem o objetivo de ajudar a construir uma sociedade efetiva na promoção da saúde, cuidando dos primeiros 1000 dias de vida e prevenindo as doenças crônicas não transmissíveis.
Como uma organização do terceiro setor, complementa e consolida a contribuição social da Opy Health e da IG4 Capital a um dos maiores sistemas de saúde do mundo, o SUS.
Em entrevista com Flávia Antunes Michaud, diretora-presidente do Instituto, relata que eles fizeram um mergulho profundo para definir sua estratégia de atuação, ouvindo o setor de saúde, principais atores do investimento social privado e analisando qual seria a melhor forma de contribuir, em termos de resultados concretos diante dos recursos que tinham disponíveis.
Nesse processo de criação, e pensando na questão da importância da prevenção para a promoção da saúde, perceberam que a janela de intervenção mais poderosa seria a primeira infância, pois segundo eles iria incidir e ajudar a melhorar desfechos positivos de saúde no curto, médio e longo prazo.
Do ponto de vista do “retorno do investimento”, a primeira infância é onde veríamos mais esse retorno, ajudando, por exemplo, a diminuir a quantidade de crianças com sobrepeso ou com obesidade, com hábitos alimentares mais adequados, e, no longo prazo reduzindo o altíssimo custo, para o sistema público, de tratar doenças associadas a fatores de risco”, afirma Flávia.
O Instituto também reforça que o que se faz, ou deixa de ser feito, durante os primeiros 1000 dias, pode mudar radicalmente o destino da criança, do ponto de vista biológico ou em questões intelectuais. “É uma combinação de uma “poupança metabólica” que se constrói, e de programação genética para a saúde da criança na vida adulta.”
O Opy atua por meio de projetos e parceiros e sua curadoria inicial apresenta duas iniciativas centrais: a criação da plataforma Impulso Previne e o Projeto Experiências que Alimentam.
Conheça as iniciativas através do site: https://institutoopy.org.br
*Fernanda Fernandes é repórter do Papo de Mãe
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