Organização Mundial da Saúde anunciará erradicação do Poliovírus 3, mas tipo 1 ainda é uma ameaça se cobertura vacinal estiver abaixo do recomendado.
Roberta Manreza Publicado em 23/10/2019, às 00h00 - Atualizado às 20h44
Por Sanofi Pasteu, divisão de vacinas da Sanof
Organização Mundial da Saúde anunciará erradicação do Poliovírus 3, mas tipo 1 ainda é uma ameaça se cobertura vacinal estiver abaixo do recomendado
Prevenível por meio da vacinação, a poliomielite é uma doença causada pela infecção de diferentes poliovírus, que podem atingir o sistema nervoso central e a medula espinhal, provocando a paralisia, sendo mais comum a dos membros inferiores. Conhecida popularmente como “paralisia infantil”, é considerada eliminada no Brasil desde 1989, quando o último caso foi registrado na cidade de Souza, na Paraíba. De lá para cá, pouco se ouviu a respeito da enfermidade, que fez 26 mil casos no País entre 1968 e 1989.
No entanto, esse quadro pode mudar se a cobertura vacinal continuar diminuindo. Por isso, é necessário educar e conscientizar as pessoas a respeito da importância da prevenção e, principalmente, pais, mães e avós, para levarem seus filhos e netos tomar a vacina, que é distribuída gratuitamente na rede pública. 24 de outubro, Dia Mundial de Combate à Poliomielite, é a data escolhida pela ONU (Organização das Nações Unidas) para chamar a atenção sobre a gravidade da doença e os riscos que ela oferece. Nesse sentido, uma boa notícia é a total erradicação do poliovírus 3, que será anunciada pela OMS (Organização Mundial da Saúde) no próximo dia 24. Esse tipo de poliovírus não é detectado em nenhum lugar do mundo desde 2012, assim como o poliovírus 2, que foi considerado totalmente erradicado em 1999. Mas a luta para erradicar o tipo 1 continua.
Por isso, a Sanofi Pasteur, divisão de vacinas da Sanofi, trabalha a favor da saúde pública brasileira, desenvolvendo novas soluções para eliminar doenças infecciosas, como a pólio. A Sanofi Pasteur atua na Iniciativa Global de Erradicação da Pólio da Organização Mundial da Saúde, sendo a maior fornecedora de vacinas contra a doença no mundo.
“Infelizmente, a poliomielite não é considerada erradicada em todo o mundo porque ainda há registro da doença selvagem em três países: Nigéria, Paquistão e Afeganistão. Enquanto houver casos, existe o risco de contaminação e, por esse motivo, é muito importante que as pessoas não se acomodem e continuem vacinando seus filhos”, explica Sheila Homsani, diretora médica da Sanofi Pasteur. Segundo a especialista, a sensação de que não existe perigo favorece a queda da cobertura vacinal e pode contribuir para a volta de casos em nosso país, como ocorreu com o Sarampo recentemente.
Transmissão
De acordo com a médica, o vírus da poliomielite entra no organismo através de contato direto pessoa a pessoa (falar, espirrar, tossir), por objetos, alimentos e/ ou água contaminados com o vírus da pólio, podendo acessar a corrente sanguínea e, assim, alcançar o sistema nervoso central. A infecção se instala no sistema nervoso destruindo os neurônios motores o que, consequentemente, causa a paralisa. “Há ainda o risco das células que controlam os músculos respiratórios e de deglutição serem atacadas e o quadro evoluir gravemente”, ressalta.
Um dado que muitas pessoas desconhecem é que a doença também pode acometer adultos, podendo, inclusive, levar ao óbito. “A poliomielite está sempre associada à infância, mas ela é capaz de infectar qualquer pessoa que não tenha sido imunizada, independentemente da idade”, afirma Sheila. A especialista explica ainda que, quem contraiu o vírus no passado não está livre de apresentar sequelas futuras. “A Síndrome Pós-Poliomielite é uma disfunção neurológica que pode se manifestar 15 anos após o indivíduo ter adquirido a doença”. Por isso a médica alerta sobre a importância de estar atento a sintomas como fraqueza, fadiga e dores musculares e articulares. “Essa síndrome chega de maneira muito silenciosa, e, como consequência da pólio, a melhor forma de evitá-la é a vacinação”.
A vacina inativada contra a poliomielite é totalmente segura, produzida com vírus inativado, e está disponível na rede pública de saúde. Ela é indicada para crianças com mais de seis semanas de vida ou pessoas que vivam em áreas endêmicas. Na rede privada, também é possível encontrar um imunizante hexavalente, que protege crianças contra a pólio e outras cinco doenças: difteria, tétano, coqueluche, hepatite b e Haemophilus influenzae tipo b.
“A maioria das pessoas infectadas não manifesta sintomas e, assim, a poliomielite pode passar desapercebida. No entanto, mesmo nesses casos, elas ainda podem transmitir a doença ou desenvolver a Síndrome Pós-Poliomielite. É nosso dever alertar a população sobre esses riscos”, conclui Sheila Homsani.