Ativistas torcem pela suspensão do decreto: “A nova política é um retrocesso”
Sabrina Legramandi e Mariana Kotscho* Publicado em 10/12/2020, às 00h00 - Atualizado em 19/01/2021, às 10h38
A ONG Nosso Olhar considera uma vitória a suspensão, pelo Supremo Tribunal Federal, do decreto que estabelece a nova política de educação para alunos com deficiência. O ministro Dias Toffoli entendeu que a decisão poderia fragilizar a inclusão dos estudantes no país. Na prática, seriam criadas turmas e escolas especializadas, que atendam apenas estudantes com deficiência.
A decisão deve ser submetida ao plenário do STF nesta sexta-feira, dia 11. Thaissa Alvarenga, fundadora da ONG Nosso Olhar e mãe do Chico, que tem Síndrome de Down, torce para que o colegiado mantenha a decisão.
Nesta edição do Inclua Mundo, uma série de reportagens do Papo de Mãe, Thaissa detalha os motivos pelos quais o decreto pode ser chamado de retrocesso e ressalta a importância da inclusão escolar para assim promovermos um mundo melhor para todos.
"Quando eu coloquei o Chico com três anos de idade na escola, eu fui chamada de louca", conta Thaissa. A mãe conta que se preocupou muito com o lado socioemocional do filho, que estudou em uma escola onde não havia nenhuma outra criança com deficiência.
Paula Bon, orientadora educacional do Colégio Pio XII, conta que, depois da chegada do Francisco, a escola acolheu mais alunos com deficiência. "Cada criança é uma criança, mas a gente foi percebendo que esse trabalho de inclusão vimos resultados positivos", diz.
"O bacana de uma criança de cinco anos é que ela não tem esse preconceito que a gente tem", afirma Cintia Lin Picollii, mãe da Manuela, que é colega do Chico. Cintia conta que Manuela disse que Chico sempre foi muito carinhoso e que, hoje, ela vê a filha lidando com as diferenças de todas as crianças.
*Sabrina Legramandi e Mariana Kotscho são repórteres do Papo de Mãe