Animais de estimação, além de boa companhia, auxiliam no tratamento de crianças que precisam de terapias específicas
Thainara Morales* Publicado em 21/06/2021, às 14h19
Já foi comprovado que animais domésticos acalmam as crianças e melhoram a imunidade. Universidades como a de Azabu, no Japão, York e Lincoln, ambas na Inglaterra, já apresentaram estudos sobre os benefícios dos pets para todos. E você sabia que nas terapias eles também são grandes aliados?
Os animais são ótimos para auxiliar pacientes em áreas como psicologia, psicopedagogia, pedagogia e fisioterapia. Os estudos apontam que além de estabilizar a pressão arterial, os animais ajudam as crianças a entrar em contato com a realidade e a focalizar a atenção, além de favorecer estados de ânimo positivos, tanto dos pacientes como de terapeutas, auxiliando a superar a depressão e ansiedade. Eu incluí os animais em meu trabalho desde 2012 e percebi que, quando eles participam da terapia, a atenção aumenta e a ansiedade diminui.
Então, além de cachorro e coelhos, trouxe animais diferentes, como cobras e lagartos, e eles se tornaram importantes na dessensibilização, uma técnica que ajuda a eliminar os comportamentos de medo e repulsa, e também nos ajudaram como reforçadores para ensinar alguns comportamentos que aprendiz necessita saber como, por exemplo, o momento de esperar sua vez.
Quando levo algum pet para a terapia, a colaboração das crianças aumenta. Ele ajuda a estimular o contato social e gera temas de conversação. Alguns pacientes, como crianças com paralisia cerebral, se exercitam mais e com mais prazer com a participação de um cachorro, por exemplo. Além disso, os animais estimulam a empatia, a aceitação e a confiança mútua.
No caso dos cães, eles abrem um canal de comunicação emocionalmente seguro com as crianças, que não se sentem julgadas. Os animais nos auxiliam a ensinar as crianças a terem responsabilidade e reforçam a autoestima, sobretudo quando os pequenos ajudam a cuidar do cão. Isso tudo estimula a diversão e a brincadeira, resultando em uma distração positiva que ajuda a diminuir a sensação de isolamento. Por isso, quando uma família aposta em ter um pet, ela também pode trazer esses benefícios para dentro de casa. Mas, para isso, alguns cuidados precisam ser tomados.
Os bichinhos precisam de adaptação gradativa com as pessoas, para ambos se acostumarem. Com o animal em casa, é preciso que a criança ajude e seja responsável pelos cuidados, como, por exemplo, pela alimentação, banho e passeios diários. Compartilhar as responsabilidades e as alegrias que os pets nos trazem farão com que as crianças cresçam com responsabilidade, menos ansiosas e, consequentemente, mais calmas.
*Thainara Morales, pedagoga, pós-graduada em psicopedagogia clínica e institucional, pós-graduada em análise do comportamento aplicada, com MBA em gestão de pessoas, liderança e psicologia positiva e mestranda em neurociências.