Dra. Ligia Santos cita diferentes alternativas para que a mulher volte a ter lubrificação vaginal após o parto
Fernanda Fernandes* Publicado em 28/02/2022, às 12h00
É muito comum encontrar mulheres que estão no pós-parto e no período de amamentação com ressecamento vaginal. Mulheres jovens que não estão conseguindo lubrificar, não por falta de vontade de ter relação sexual, ou por problemas com o parceiro, mas que o corpo simplesmente não está respondendo mais da mesma maneira.
Pensando nisso, a Dra. Ligia Santos, ginecologista e obstetra, explica porque o corpo feminino reage dessa forma depois da gravidez, e dá dicas de como driblar esse problema e manter uma boa lubrificação, sem afetar as relações sexuais das mulheres.
Ligia relata que existem alguns mecanismos que são desenvolvidos para fazer com que o corpo não facilite o aparecimento de uma gestação tão próxima da outra. Para que assim, a mãe possa ter uma boa recuperação, e possa cuidar e dar total atenção para o seu filho.
Os hormônios da própria amamentação fazem com a que vagina fique mais seca, e que ocorra uma dificuldade para lubrificar” comenta Ligia.
Como uma solução para esse problema, a ginecologista indica o uso de alguns métodos. Entre as opções Ligia comenta que os lubrificantes são uma boa alternativa, e explica que podem ser utilizados tanto os mais simples, como a vaselina, quanto os comprados em farmácias e sex shops.
As mulheres também podem utilizar hidratantes vaginais, que diferente dos lubrificantes, que são usados no momento da relação, são aplicados antes ou depois do ato sexual. Em relação a aplicação, a médica diz que deve ocorrer a cada dois ou três dias para manter a vagina lubrificada.
Usar produtos naturais também é uma possibilidade, entre eles o mais comum é o óleo de coco extravirgem, e Ligia indica “De preferência usar aqueles flaconetes para você não precisa manipular a substância e depois contaminar”.
Além dos métodos já citados acima, para a produção de colágeno existem outros que não são apenas para as mulheres que estão amamentando, mas também para mulheres na menopausa, são eles: laser e radiofrequência.
O laser e a radiofrequência, são métodos diferentes que embora tenham um resultado parecido, que é estimular a produção endógena de colágeno - assim melhorando a lubrificação vaginal - eles também podem, eventualmente, melhorar a questão de atrofia muscular e ressecamento, e não só dentro da vagina, mas também do lado de fora, se for aplicado.
Ligia comenta que normalmente são realizadas 3 sessões com o intervalo de 30 dias. E por eles serem um estímulo de produção de colágeno endógeno o resultado tende a ser um pouco mais duradouro, as vezes mesmo depois de um ou dois anos as mudanças ainda são perceptíveis.
Se a mulher estiver amamentando e fazendo o uso de medicamentos contínuo, uma das opções também é sessar, parar a amamentação, e o uso do anticoncepcional ou de outro medicamento que está interferindo no ressecamento”, explica a médica, dando mais uma alternativa.
Por fim, a colunista do Papo de Mãe reforça para as mulheres não menosprezarem esse problema, “Procure ajuda, o médico irá te indicar diversos produtos e sempre vai ter aquele que vai se adequar a você, você irá resolver esse problema de uma forma muito mais simples do que imagina”.
*Fernanda Fernandes é repórter do Papo de Mãe
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