Epifanias para um novo ano - desejo de reconexão e da rota do caminho do bem

Mais uma onda.
Mais distanciamento.
Mais incertezas e dúvidas.
Menos liberdade.
Menos convivência e sociabilidade.
O mundo realmente parece ter saído dos trilhos. O que será dessa nova geração?

Vejo meus filhos cada dia mais enquadrados e plugados em seus dispositivos eletrônicos. Nada de novo. Jogos eletrônicos, filmes, séries, conversas com amigos. Tudo virtual, tudo igual, tudo pixelado, automatizado, tudo frio e distanciado.
Pelo menos saem do quarto para as refeições. Só que não.

- Mãe, agora não dá! Tô terminando uma partida. Como depois. Tô sem fome.

As desculpas são diversas e o afastamento é cada vez maior. Como fazer para que seu filho pré adolescente ou adolescente se desconecte das telas e se reconecte ao que mais interessa?

Não é uma tarefa fácil. Eu mesma passo horas e horas na frente das telas. Trabalhando, me informando, me entretendo ou simplesmente “descansando”, o fato é que hoje em dia é preciso se obrigar e, por que não, se permitir viver o presencial, o natural.

Assista ao Papo de Mãe sonre alimentação

Nunca soubemos o que é de fato real. Mas, nesses tempos de revolução tecnológica, alta exposição midiática, desmedida quantidades de informações que recebemos, enxurrada de fotos, vídeos, likes, mensagens...ufa! Me parece que o real ficou mais nítido e palpável, pelo menos para mim.

Estar com e na natureza nunca foi tão primordial. Ainda mais fundamental para nossas filhas e filhos. O distanciamento entre crianças e natureza nos dias de hoje revela-se uma crise significativa e sem precedentes.
E os resultados são importantes para esta nova geração. Problemas de saúde como obesidade, hiperatividade, déficit de atenção, baixa motricidade, desequilíbrio, depressão, tristeza e miopia foram detectados e relacionados em várias pesquisas neste campo. O jornalista e escritor Richard Louv inclusive inventou o termo “transtorno do déficit de natureza” para descrever este fenômeno que afeta as nossas infâncias. Ele é autor do livro A Última Criança na Natureza.

Paralelamente, há alguns anos, vemos surgir outras tantas pesquisas que demonstram uma série de contribuições que a convivência com a natureza pode oferecer. Além de mitigar as complicações na área da saúde, essa reconexão oferece o desenvolvimento de diversas habilidades como a criatividade, a autoconfiança, o aumento da capacidade de escolhas e de tomada de decisões, o protagonismo, a empatia, o respeito e o senso de pertencimento.