Baseadas no Judaísmo, as comidas Kasher são uma opção saudável para o público vegano e judaico. Conheça os princípios desse modo de se alimentar
Sabrina Legramandi* Publicado em 13/09/2021, às 07h33
As restrições alimentares podem ser motivadas por causas diversas: questões de saúde, de escolha ou de religião. Seja qual for o motivo, conhecer sobre as diferentes maneiras de se alimentar é uma boa oportunidade para ampliar as possibilidades e as visões de mundo.
A Kashrut, por exemplo, é baseada nas leis dietéticas judaicas e pode ser uma opção de alimentação saudável para o público vegano ou judaico. Esse tipo de alimentação segue fundamentos de livros da Bíblia que orientam os judeus sobre o que pode e o que não pode ser consumido e quais são os ingredientes, utensílios e o local em que a comida será preparada. Além disso, possui um rigoroso controle de qualidade.
Raphael Orlean, diretor do CEKSP (Centro Educacional Religioso Moysés D. Laufer Z"L), centro educacional judaico ligado à alimentação Kasher, conta que pessoas de diferentes ou sem nenhuma religião podem consumir essa categoria de alimentos e, inclusive, podem frequentar estabelecimentos Kasher.
Porém, caso a comida seja preparada em casa, os utensílios utilizados, o local onde será preparada e os ingredientes demandam mais atenção.
Raphael explica que os animais consumidos precisam ser ruminantes com casco fendido, como boi e cordeiro. Há também o consumo de galinha e peixes com escamas e barbatanas. Além disso, existe a orientação de substituir o leite de vaca pelo vegetal, já que, em uma mesma receita, não se deve misturar leite de vaca com carne.
Para além dos alimentos a serem consumidos, o diretor do CEKSP lembra que a Kashrut estabelece, principalmente, o modo de preparar os alimentos. A princípio, tudo o que é natural, como legumes e verduras, é Kasher, mas um rigoso controle de qualidade na lavagem é necessário. De acordo com as leis judaicas, consumir larvas e insetos é mais grave do que consumir carne de porco.
Temos a obrigação de fazer a verificação de grãos crus que consumimos e de verduras em geral para evitarmos o consumo de vermes, larvas e insetos que podem afetar nossa saúde." (Raphael Orlean)
Além disso, os judeus também valorizam o banho ritual dos utensílios utilizados na alimentação. Todos os objetos novos devem ser lavados em águas naturais, como as de rios, mares e lagos. Em algumas sinagogas, também há a presença de um local chamado Mikvê, que guarda a água da chuva.
Raphael também conta que, mensalmente e durante um ano, o CEKSP distribui cestas básicas com itens Kasher para os que não possuem condições financeiras de manter a Kashrut.
*Sabrina Legramandi é repórter do Papo de Mãe