A prevenção do uso de álcool começa na família com diálogo aberto e amigável
Dra. Erica Siu* Publicado em 11/12/2019, às 00h00 - Atualizado às 12h22
O consumo de bebidas alcoólicas por crianças e adolescentes é um sério problema. Para ter uma ideia deste cenário, vamos aos dados mostrados por diversas pesquisas nacionais: o álcool é a substância psicoativa mais consumida por adolescentes, e sua experimentação acontece por volta dos 12 anos.
Nunca é demais reforçar que esse comportamento prejudica o desenvolvimento do sistema nervoso, que ocorre até cerca dos 21 anos. Além disso, implica diversas consequências negativas, como queda no rendimento escolar, gravidez precoce ou indesejada, violência e acidentes. Estudos também apontam que a experimentação de bebida alcoólica antes dos 15 anos aumenta em 4 vezes o risco de desenvolver dependência.
A boa notícia é que as atitudes dos pais podem reduzir o risco de consumo precoce de álcool e dos danos relacionados. Isso mesmo! O monitoramento dos pais é um dos principais fatores de proteção indicados em pesquisas. Por outro lado, quando os pais deixam bebidas alcoólicas acessíveis ou permitem o seu consumo em casa, os adolescentes têm mais chances de começar a beber precocemente ou desenvolver problemas relacionados ao álcool.
A prevenção começa na família e falar sobre o assunto contribui para que os jovens façam escolhas saudáveis. Mas como e quando conversar sobre o uso de álcool com os nossos filhos? Essas são dúvidas frequentes que recebemos no CISA – Centro de Informações sobre Saúde (http://www.cisa.org.br) e Álcool e, para auxiliar pais e educadores, desenvolvemos o livreto “Como falar sobre uso de álcool com seus filhos”.
Disponível para download gratuitamente (http://www.cisa.org.br/artigo/230/como-falar-sobre-uso-alcool-com.php), a publicação aborda formas de se comunicar com crianças e adolescentes sobre o uso de álcool, em diferentes faixas etárias (8-11 anos, 12-14 anos, 15-16 anos e 17-18 anos).
– O diálogo aberto e amigável constitui uma importante ferramenta na proteção dos jovens; por isso, não use um tom autoritário e evite os sermões;
– As crianças imitam o comportamento daqueles que amam e admiram, especialmente os pais. Lembre-se disso e mantenha a consistência entre o que você diz e suas ações;
– Seja claro e conciso. Explique os fatos inerentes ao consumo de álcool e suas consequências. Não o proteja excessivamente, mas também não o assuste.
Quer saber mais sobre esse assunto? Selecionei alguns materiais elaborados pelo CISA que podem ajudar pais e educadores:
- Dicas aos pais: como prevenir problemas com álcool?
http://www.cisa.org.br/artigo/5781/dicas-aos-pais-como-prevenir-problemas.php
- Atitudes dos pais e o uso de álcool dos filhos
http://www.cisa.org.br/artigo/8404/atitudes-pais-relacionadas-ao-uso-alcool.php
- Por que os jovens bebem? Por que não deveriam beber?
http://www.cisa.org.br/artigo/5958/por-que-os-jovens-bebem-por.php
- Vídeo: Como conversar com seu filho sobre álcool?
*Dra. Erica Siu é biomédica, especialista em dependência química e coordenadora do CISA – Centro de Informações sobre Saúde e Álcool