A médica Dra. Tassiana Rodrigues dos Santos fala das hepatites virais e faz um alerta importante neste Dia Mundial de Combate à Hepatite (28)
Redação Papo de Mãe* Publicado em 28/07/2021, às 19h42
Um grave problema de saúde que causa inflamação do fígado. A hepatite, doença conhecida há muitos anos pela medicina, ainda precisa ser debatida. Por isso, o dia de hoje, quarta-feira (28), é considerado o Dia Mundial de Combate à Hepatite, no intuito disseminar informações relevantes sobre o grave problema de saúde pública no Brasil e no mundo.
Conforme o último boletim epidemiológico de Hepatites Virais divulgado pelo Ministério da Saúde, publicado em julho de 2020, mais de 74 mil mortes foram causadas pela doença no país entre os anos de 2000 e 2018. A pesquisa também destacou que 76% dos casos ocorreram em decorrência da hepatite do tipo C.
Para reforçar este papo importante sobre saúde, a médica infectologista Tassiana Rodrigues dos Santos Galvão, que atende nos hospitais Estadual Francisco Morato e Municipal de Cajamar, comenta sobre a importância do tratamento para aqueles que possuem o diagnóstico, que se não acompanhado, pode se tornar crônica.
A começar pelas variações da hepatite, que podem ser do tipo A, B, C, D e E. Confira a seguir as principais dúvidas e o que você precisa saber para tratá-la ou prevení-la.
Segundo a Dra. Tassiana Rodrigues dos Santos Galvão os vírus receberam a nominação em ordem de descoberta, sendo atribuída uma letra para cada nova hepatite (A, B, C, D e E). "As mais comuns no Brasil são as hepatites A, B e C, sendo a D mais frequente na região Norte", explica ela.
As hepatites podem ser transmitidas por meio de relações sexuais ou exposição direta com o sangue infectado, alerta a especialista, que também acrescenta a atenção com objetos contaminados, como agulhas, seringas, alicates, transfusões sanguíneas ou durante o parto.
"No caso da B, a maioria das pessoas que têm contato com o vírus consegue controlar a infecção e a evolução. Porém, os pacientes que ‘cronificam’ apresentam uma doença silenciosa, que, se não tratada, pode evoluir para cirrose e ou câncer de fígado", afirma a médica.
No caso das hepatites do tipo C e B, as chances de a cronificação acontecer são maiores que as demais. Desse modo, elas podem se tornar presentes até o fim da vida do paciente.
Para as hepatites dos tipos A e B, há vacinas que podem ajudar na prevenção. Por isso, é importante estar com elas em dia.
De acordo com a especialista as manifestações são muito variáveis, podendo ser assintomáticas ou apresentarem desde quadros de icterícia, mal-estar, fraqueza, náuseas e vômitos, dores abdominais e até mesmo alterações na coloração da urina e fezes.
A boa notícia é que existe sim tratamento eficaz contra hepatites virais. A médica do grupo CEJAM (Centro de Estudos e Pesquisas Dr. João Amorim) afirma que o tratamento contra a doença evoluiu muito nos últimos anos, e destaca: as chances de cura já superam 95%.
"O tratamento da doença é realizado por meio de antivirais, além de medidas de prevenção, como evitar medicações que possam prejudicar a saúde do fígado. Pacientes que já convivem com a doença devem realizar um acompanhamento adequado com médicos infectologista, gastroenterologista ou hepatologista", alerta.
No caso de hepatite C, o tratamento sofreu mudanças significativas, contando, atualmente, com drogas de ação direta e esquema terapêutico, dependendo do genótipo e da fase clínica do paciente, segundo ela.
Caso o diagnóstico seja positivo para a doença, não há razões para pânico. Hoje em dia, os medicamentos são muito bem tolerados, com raros efeitos colaterais, e as chances de cura, na maioria dos casos, são superiores a 95%. Um sucesso também garantido pelo SUS", finaliza.
Existem muitas formas de prevenir a hepatite, conforme a infectologista. A prevenção pode ser feita de forma simples, através de hábitos do dia-a-dia, como consumir apenas água tratada, manter boa higiene e utilizar preservativos durante as relações sexuais.
Para os amantes de tatuagens e piercings, é recomendado procurar lugares confiáveis e que trabalhem com agulhas descartáveis. Uma dica valiosa que a Dra. Tassiana Rodrigues dos Santos Galvão destaca é: não compartilhar objetos pessoais cortantes como alicates, tesouras, etc.