Roberta Manreza Publicado em 08/06/2016, às 00h00 - Atualizado às 07h53
Deixe os velhos costumes de lado. Água, sabonete neutro e álcool a 70% são os verdadeiros aliados da higienização do umbigo do bebê
Durante toda a gestação o coto umbilical foi o seu principal canal com o bebê. Por meio dele passaram todos os nutrientes necessários para o desenvolvimento do seu filho. Mas, após o clampeamento (corte), logo ao nascer, muitas mães se preocupam e têm dúvidas sobre como higienizar e cuidar corretamente da região umbilical. Doutora Maria Esther Jurfest Ceccon, responsável pela Unidade de Neonatologia do Instituto da Criança, garante que a receita é muito mais simples do que parece. O importante é manter a região sempre seca, para facilitar a cicatrização, e limpa, para afastar infecção. Acompanhe as orientações da pediatra.
Higienize o umbigo a cada troca de fralda
Durante o banho, apenas água e sabonete neutro são suficientes. Em seguida, nunca esfregue a toalha, mas seque bem encostando- a suavemente. Quando for apenas trocar a fralda, como você deve estar com as mãos limpas, o ideal é cuidar do umbigo antes do contato com a região íntima do bebê.
Com a ajuda de um cotonete, use álcool 70% em todo o umbigo. Levante o coto suavemente para não se esquecer da região que fica coberta. O produto irá contribuir para a cicatrização. “Qualquer outro medicamento, principalmente os coloridos, poderão ser absorvidos pela pele e mascarar uma possível infecção”, afirma doutora Maria Esther.
Intercorrências como um pouco de sangramento, vermelhidão e inchaço na região umbilical do recém-nascido são normais por conta do atrito com a fralda ou roupa, mas fique atenta se as duas situações ocorrerem com frequência ou em excesso. “Neste caso o quadro pode indicar onfalite. Consequência de má higienização, a infecção na região umbilical é um quadro grave, que deve ser contornado brevemente com a internação do bebê e administração de antibiótico na veia”, orienta a neonatologista.
Tratamento pós-queda do coto
À medida que for cicatrizando, é normal que o umbigo escureça e, normalmente, ele cai sozinho quando o bebê tiver entre 10 e 15 dias. “Até 21 dias é normal. Depois disso, a mãe deve procurar o pediatra, pois existem doenças como o Hipotireoidismo Congênito, em que um dos sintomas é o atraso na queda do coto umbilical”, alerta a especialista.
Ainda durante a cicatrização é comum um cheiro fétido, próprio do processo. Mas se o odor persistir forte e acompanhado de pus, também é um sinal de alerta.
Para o cuidado pós-coto as gerações antigas costumavam aderir às moedas, faixas e até ao pó de café. Nada disso funciona. Pelo contrário, são opções para lá de reprovadas pelos médicos. “Moedas e outros objetos, mesmo esterilizados, podem contribuir para infecção do local e tétano umbilical. Já as faixas causam desconforto ao bebê, prejudicando sua respiração, movimentação e até a alimentação. Continue usando o álcool 70% e deixe o umbigo livre, descoberto. O sol da manhã também está liberado.”
Após a queda, algumas mães podem perceber que o umbigo salta para fora, sobretudo, quando o neném chora. Doutora Maria Esther explica que a hérnia umbilical incide em 20% dos recém-nascidos e que a maioria desaparece até o primeiro ano de idade. “Não use nada para tampar ou para empurrar para dentro. Se a hérnia não ceder em um ano, o cirurgião deve ser consultado para avaliar se há necessidade de cirurgia.”
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