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"A imprensa não pode esperar um acidente acontecer para informar sobre prevenção": Mariana Kotscho e Roberta Manreza falam sobre o papel do jornalismo

Nesta quinta, as jornalistas do Papo de Mãe participaram da Semana Nacional de Prevenção de Acidentes para falar sobre o papel do jornalismo

Sabrina Legramandi* Publicado em 26/08/2021, às 11h19

Evento foi promovido pela Aldeias Infantis SOS e pelo Instituto Bem Cuidar com apoio da ONG Visão Mundial - Divulgação / Instituto Bem Cuidar
Evento foi promovido pela Aldeias Infantis SOS e pelo Instituto Bem Cuidar com apoio da ONG Visão Mundial - Divulgação / Instituto Bem Cuidar

No Brasil, 8 crianças morrem e outras 288 são hospitalizadas por causas acidentais diariamente. Existe a ideia de que esses acidentes são "fatalidades" e inevitáveis, mas o que ocorre é que 90% deles não aconteceriam caso a prevenção e a informação sobre o tema fosse maior.

E é para informar sobre a principal causa de morte entre crianças de 1 a 14 anos que a Aldeias Infantis SOS, o Instituto Bem Cuidar e a ONG Visão Mundial estão promovendo a Semana Nacional de Prevenção de Acidentes. O evento, online, gratuito e aberto, começou nesta quarta-feira (25) e vai até sexta (27).

Hoje foi a vez das jornalistas do Papo de Mãe, Mariana Kotscho e Roberta Manreza, promoverem um debate sobre o papel da imprensa na prevenção de acidentes. "A gente acredita muito na informação como forma de prevenção", comentou Mariana.

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Para as jornalistas, a informação de qualidade não precisa ser apelativa e pode promover a prevenção, já que, ao saber dos riscos, a atenção é redobrada. Roberta Manreza deu um exemplo: "como uma mãe que monta o quartinho do bebê pode ser informada para evitar acidentes?".

Manreza também disse sobre o papel da fiscalização. A imprensa tem a função de mostrar os responsáveis e questionar sobre a legislação. "É importante sempre cobrar o poder público e exigir selos de qualidade nos brinquedos, por exemplo", afirmou Kotscho.

A gente também conta com a colaboração de relatos de famílias, de pais que sofreram com acidentes. Às vezes é muito difícil falar, mas essas histórias reais podem evitar novas tragédias, que não são fatalidades." (Roberta Manreza)

Mariana Kotscho explicou sobre a relevância do levantamento de dados. Em sua maioria, as mortes de crianças são causadas por acidentes e poderiam ser evitadas. "A imprensa não pode ficar esperando a tragédia acontecer para falar sobre como prevenir", comentou.

As jornalistas afirmaram que também é essencial que a informação abranja os diferentes locais onde os acidentes podem ocorrer, como dentro de casa, no trânsito, nas ruas ou nas férias. Roberta Manreza disse ser fundamental a soma de esforços dos pais, das ONGs e dos órgãos públicos.

Sobre os andadores, por exemplo, fizemos um programa inteiro. Eles não são recomendados e, até mesmo, podem ser fatais para as crianças, mas muitos pais ainda não têm essa informação." (Mariana Kotscho)

Para Roberta, é importante que as informações sejam constantemente atualizadas. "Elas vão mudando ao longo do tempo e os pais precisam saber disso", comentou. Ela e Mariana Kotscho finalizaram dizendo que imprensa deve se valer do seu papel social. Ela tem o dever de informar com respeito e responsabilidade e, assim, pode salvar vidas. 

*Sabrina Legramandi é repórter do Papo de Mãe

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