O cirurgião plástico Leandro Gontijo explica em quais situações a cirugia é a única saída para a reconstrução do tônus abdominal
Redação Papo de Mãe Publicado em 20/09/2021, às 07h24
O sonho de ser mãe e gerar uma vida passa por uma série de incertezas, inseguranças e questões. Além da autocobrança para ser a melhor mãe do mundo, as mulheres também sofrem com grandes mudanças em seus corpos que precisam de atenção especial, pois, caso contrário, podem abalar a autoestima e deixar as novas mamães mais inseguras para desempenhar outras funções.
Nesse contexto, um dos problemas mais comuns do puerpério, quando se trata da aparência, é a protusão do abdômen em razão da diástase abdominal.
Essa mudança corporal afeta cerca de 30% das gestantes e acontece quando há um afastamento considerável dos músculos abdominais e do tecido conjuntivo para que o bebê ganhe espaço para crescer. A diástase abdominal normalmente ocorre durante a gravidez e é a principal causa de flacidez abdominal e dor lombar no pós-parto.
De acordo com o Dr. Leandro Gontijo, membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, os exercícios posturais são importantes para que a mulher crie consciência corporal e ganhe condicionamento físico para ter mais disposição, cuidar do bebê e realizar suas atividades rotineiras. Entretanto, em casos de afastamento extremo, a prática de exercícios já não será eficientes para que os músculos voltem ao lugar.
“Quando o afastamento dos músculos ultrapassa 3 cm, a cirurgia é o método mais eficaz para aproximá-los novamente e restaurar a aparência do abdômen,” explica o cirurgião plástico
Caso haja dúvidas em relação a recorrer ou não à cirurgia, o Dr. Leandro Gontijo destaca que as mulheres devem observar, por exemplo, se além do volume há um grande acúmulo de pele e gordura na região abdominal. Em casos assim, a cirurgia de correção da diástase pode ser acompanhada de uma abdominoplastia para remover os excessos.
O médico ainda separou três atitudes que as mulheres devem tomar antes de decidir se devem ou não realizar a cirurgia de correção da diástase abdominal:
1. Realize um ultrassom da parede abdominal com um médico de confiança
Para constatar se o afastamento dos músculos do abdômen ultrapassou 3 cm, é fundamental realizar um exame para que o médico possa constatar. Neste casos o ultrassom e a tomografia são os dois tipos de exame recomendados.
2. Observe a eficácia dos exercícios posturais em até 18 semanas
Fato é que os resultados dos exercícios posturais e de fisioterapia para corrigir a diástase vai depender da musculatura de cada mulher, do nível de comprometimento e da disciplina no tratamento. Se em até 18 semanas de exercícios contínuos a mulher não tiver evolução, é sinal de que a cirurgia deve ser uma opção de tratamento a ser considerada.
3. Certificar-se que terá ajuda para cuidar do bebê no pós operatório
Após a cirurgia da diástase a mulher não poderá levantar peso e deverá ficar de 2 a 4 semanas em recuperação. Após esse período é possível retornar às atividades físicas sem impacto como caminhada e outro aeróbico leve. Nesses 15 dias iniciais é fundamental ter suporte de pessoas que possam por exemplo fazer os cuidados básicos com o bebê, movimento que a mãe não poderá executar pelo menos nas 2 primeiras semanas de pós operatório.