Saiba como aproveitar bem os alimentos e evitar o desperdício. Contém no final uma deliciosa receita de bolinho de arroz com rama de cenoura
Ariela Doctors* Publicado em 06/01/2021, às 00h00
Tomei emprestada esta citação da Daniela Leite, do Comida Invisível, para abordar uma questão mais que relevante para este momento da humanidade para todas e todos nós que estamos pensando no presente e no futuro das nossas crianças!
Você já se pegou em dúvida ao jogar algum alimento fora?
Já parou pra pensar que talvez aquelas cascas de legumes deveriam ser comidas? Ou, por que jogamos fora folhas de couve flor, beterraba, cenoura e tantas outras se elas são comestíveis?
Por que jogar fora aquele arroz de dois dias que ficou na geladeira? Por que não, por exemplo, transformá-lo num delicioso bolinho?
Precisamos parar para pensar de onde vem nossos alimentos. Quanto trabalho e custo está “escondido” por trás de cada fruta, legume, verdura, queijo, leite, grãos, etc, etc… Daí, quem sabe, começaremos a perceber que estamos jogando fora não apenas aquele alimento, mas todos os recursos naturais envolvidos na sua produção, como água, energia, além de combustível e trabalho humano!
Enquanto milhares de pessoas passam fome, toneladas de comida são desperdiçadas no mundo. A fome crônica ainda aflige mais de 800 milhões de pessoas em todo o mundo e no Brasil, a fome afeta 14 milhões de pessoas.
Entre perdas e desperdícios, o mundo inteiro desperdiça 1.3 bilhão de toneladas de alimentos por ano, ou seja, 1⁄3 da produção global! Seria equivalente a enchermos 11 milhões e trezentos mil boeings 747 que dariam 20,9 voltas em volta da terra! Metade disso resolveria a fome no nosso Planeta!
Se você não é produtor de alimentos ou distribuidor, dificilmente conseguirá ajudar na questão das perdas (que ocorrem, geralmente, na produção, no armazenamento e transporte), mas certamente você pode ajudar E MUITO na diminuição do desperdício!
O desperdício, assim como nossa alimentação, é uma questão de hábito. Ao conhecermos e sabermos de todos esses dados, fica muito mais fácil evitá-lo!
Aprender a utilizar o alimento de forma integral, pensar em reutilizar e transformar aquela sobrinha de comida do dia anterior, aprender a compostar – existem vários tipos de compostagens domésticas em jardins ou até mesmo pequenos minhocários de apartamento, onde os restos podem ser transformados em húmus, que é o produto resultante da matéria orgânica decomposta, a partir do processo digestório das minhocas, formando uma compostagem natural, perfeita para colocarmos nas nossas plantinhas e hortas caseiras, ajudando a completar o ciclo natural de todos os alimentos!
Outra questão importante de darmos atenção é a estética dos alimentos impostas pela indústria e comércio. Dizem que comemos primeiro com os olhos … pura verdade! Mas, será que precisamos dispensar toda e qualquer fruta, legume ou verdura que não estejam absolutamente perfeitos? Uma cenourinha de duas pernas, uma fruta meio machucada, uma verdura com algumas folhas “queimadas”. Será que não podemos transformá-los, picando, retirando a parte machucada etc e tal?
Todos esses valores são importantíssimos de serem transmitidos desde cedo aos nossos filhos e filhas para que juntas e juntos a gente consiga transformar esta realidade. Seja consciente na hora de comprar e consumir, criando hábitos simples como verificar a geladeira e a despensa antes de ir ao mercado, fazendo uma lista de compras, não se deixando levar por promoções e propagandas nos mercados. E seja criativo em casa, transformando as sobras e usando partes dos alimentos que você não usava!
Para te inspirar, trago aqui uma conversa que tive com a Daniela Leite** em forma de podcast.
E, como sempre, é claro, uma deliciosa receita para vocês fazerem e degustarem em família!
Para assistir a entrevista na íntegra ou ouvir o podcast com a entrevista, acesse o link do nosso canal no Youtube e inscreva-se para receber as notificações! Bem-vindas e bem-vindos!
E aqui vai uma receita deliciosa com alimentos frescos (comida de verdade!) para fazer um lanche divertido com e para a criançada!
As folhas de cenoura costumam ser descartadas, assim como acontece com as folhas de rabanete e de outros vegetais e tubérculos. Essas folhas são ricas em nutrientes que podem trazer diversos benefícios para a saúde!
Ingredientes
● Folha de cenoura (pode substituir por folhas e talos que preferirem ou tiverem em casa) – 1⁄2 xícara de chá (elas ajudam na digestão e são ricas em vitaminas)
● Salsinha – 1⁄2 xícara de chá (ela faz muito bem para nosso sistema renal)
● nozes – 1⁄4 de xícara de chá (elas são ricas em fibras e são fontes de gordura
boa)
● Queijo parmesão ralado – 1⁄3 de xícara de chá
● Arroz – 2 xícaras já cozidas
● Azeite – 2 colheres de sopa
● Alho – 1⁄2 dente (maravilhoso para nosso sistema imunológico!)
● sal
Como preparar
Você pode acessar outras receitas no site comida e cultura.
*Ariela Doctors é chef, mãe e comunicadora
**Daniela Leite, idealizadora e founder do Comida Invisível – já estudou e estuda muito (de física a direito, de braile a meditação), MBA em Gestão Empresarial pela FIA/FEA, mestre em direito das relações sociais pela PUCSP, especialista em Processo Civil e Arbitragem pela Università Degli Studi de Milano, bacharel em direito pela PUCSP, cursou física na USP com iniciação científica em astrofísica (não concluído), se aperfeiçoou em alguns temas, trabalhou em grandes empresas nas áreas jurídica – Pinheiro Neto Advogados, Campos Advocacia Empresarial, Terra Networks Brasil S.A. Syngenta, e editorial – Terra Networks Brasil S.A., foi publisher da Revista Yoga Journal Brasil, deu aula em pós graduação COGEAE/PUC, atualmente é coordenadora do núcleo de direito à alimentação da comissão de direitos humanos da OABSP, faz palestras, escreve artigos e, sendo mãe, aprende diariamente com o seu filho a querer um mundo melhor e mais humano, onde todos possam manifestar sua plenitude. Idealizadora e founder do Comida Invisível, vê no projeto uma forma de olhar para dentro de si e investigar como podemos sair das classificações padrão da sociedade, dos binômios certo, errado, bonito, feio, próprio impróprio… Adora uma boa pesquisa, é uma investigadora incansável, especialmente em temas que tocam à vida e podem nos direcionar para um caminho melhor.