A psicóloga Michele Santiago explica como meditar ajuda os pequenos e os jovens
Redação Papo de Mãe* Publicado em 03/07/2021, às 12h27
Em tempos tão incertos, cada vez mais é possível entender que saúde mental é algo importante de se ter atenção. Com as crianças e adolescentes em casa por conta da pandemia da Covid-19, conter degastes emocionais, como ansiedade, estresse e fadiga, se tornou uma preocupação dos pais e cuidadores.
Embora a pandemia não tenha acabado, 2020 foi um ano complicado para os jovens e crianças, que assim como os adultos, precisaram se readaptar em casa. Com isso, a procura por atividades alternativas voltadas ao bem-estar e saúde como a meditação, passou a se tornar uma realidade.
Para a psicóloga Michele Santiago, do Marista Escola Social Irmão Lourenço, o método que alia respiração com pensamentos é uma boa maneira de ajudar crianças e adolescentes a se concentrarem melhor em suas atividades, em meio as diversas opções tecnologias misturadas com o tédio e frustração de ficar em casa.
"Meditar ajuda a processar melhor os pensamentos e sentimentos. Isso ajuda também a descansar a mente e auxilia no desenvolvimento emocional", explica a especialista.
Já é comprovado que a meditação é uma prática essencial para quem deseja ou precisa controlar as emoções. De acordo com estudos publicados no Lazar Lab, Instituto da Universidade de Harvard, meditar também é uma ótima maneira para focar em objetivos e melhorar a qualidade do sono.
No entanto, muitos pais podem se questionar se a meditação é realmente eficaz para as crianças, já que requer atenção e bastante concentração. Mas segundo a psicóloga, muito dessa ideia vem de "mitos" que quase sempre não são verdades. Michele Santiago elencou alguns deles:
É muito comum quando se fala de meditação, que para realizar a atividade é preciso deixar a mente livre de pensamentos. No entanto, a especialista afirma ser impossível deixar a mente vazia.
"O que acontece é que, praticando meditação, exercita-se o hábito de observar os pensamentos como se fossem nuvens de passagem, sem tentar controlá-los ou bloqueá-los. Assim, é possível liberar o estresse e relaxar a mente e o corpo, o que facilita pensar com clareza", afirma.
Não é preciso levar um determinado estilo de vida para meditar. A psicóloga ressalta que a prática é para todos, basta haver interesse! Quando se trata de crianças, é claro que precisa de um certo incentivo dos pais, que devem auxiliar a inserir a atividade na rotina, sem deixar de lado a disciplina.
"Não é preciso dedicar horas para a atividade: poucos minutos por dia, na posição que for mais confortável, são suficientes para criar o hábito. Além de promover o relaxamento, é uma oportunidade de estabelecer um vínculo entre os membros da família, que podem compartilhar suas experiências e o que sentiram durante as suas práticas", conta.
Apesar da meditação ser bastante benéfica para qualquer pessoa, seja qual for sua ideia, ainda existe o grande mito de que a prática não interessa crianças e adolescentes. Entretanto, a especialista afirma que é preciso falar sobre os benefícios da meditação, e também torná-la algo acessível e leve.
E nesse momento que os pais devem se questionar: mas como introduzir o hábito na vida dos pequenos? Uma boa ideia, segundo Michele, é dar o exemplo e propor uma meditação guiada ou um exercício de respiração em conjunto.
Michele Santiago finaliza ressaltando os efeitos positivos, que podem ser sentidos de formas diferentes. No caso das crianças que se deixam levar pela força de suas emoções mais facilmente, meditar ajuda até mesmo nas interações sociais. Já para os mais velhos, a prática traz uma sensação de segurança e estabilidade que é muito importante nessa fase.