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(Nem) tudo por um like!

Não dá para ouvir que crianças andam praticando desafios e simplesmente ignorar. Veja 7 dicas importantes para evitar riscos à saúde e à própria vida dos jovens

Alessandra Borelli* Publicado em 19/02/2020, às 00h00 - Atualizado às 09h33

Alessandra Borelli, advogada especializada em Direito Digital, sócia e CEO da Nethics Educação Digital
Alessandra Borelli, advogada especializada em Direito Digital, sócia e CEO da Nethics Educação Digital

Fazem bonecos parecerem bebês, seus pais parecerem artistas, sua casa cidade cinematográfica, produtos de limpeza parecerem vitamina, fogo parecer não queimar e colocar a vida em risco uma grande diversão.

O “desafio da rasteira” é apenas mais um dos inúmeros “desafios” que se propagam por meio da internet com expressiva audiência, em sua maioria, protagonizados por jovens, tão imaturos quanto seu público.

A “brincadeira”, com razão, tem preocupado famílias de todo Brasil, já que representa, visivelmente, riscos à saúde e à própria vida, como já relatados alguns casos.

Sugestão: Entrevista com Dora Sampaio Góes, do Grupo de Dependências Tecnológicas do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas de São Paulo, sobre internet e jogos online

O fato é que, muito ou nada habilidosas com as novas tecnologias, crianças e adolescentes continuam em condição peculiar de desenvolvimento, tal como prevê o próprio Estatuto da Criança e do Adolescente (artigo 6º)

Não dá mais para pensarmos nos mesmos problemas com uma geração que dispõe de acessos que outras gerações não tinham. E esse alerta vai, não somente para as famílias, mas, igualmente, para as escolas. Todos somos responsáveis por impedir a violação dos direitos da criança e do adolescente (artigo 70 ECA)

Aderindo ou não as NTICs na proposta pedagógica, a responsabilidade das escolas, hoje, ultrapassam seus domínios físicos. Não dá para ouvir via “rádio corredor” que crianças andam praticando desafios e simplesmente ignorar.

É preciso estar junto, é preciso observar, é preciso dar asas, mas antes de soltar, ensinar a voar.

Dicas importantes:

  • Atente-se para o que compartilha. Ainda que de forma bem intencionada, ao compartilhar vídeos que expõem crianças ou adolescentes a situação constrangedora ou vexatória, você pode estar violando o artigo 18 do Estatuto da Criança e do Adolescente
  • Mantenha-se informado e fique atento para não tornar o assunto ainda mais “aterrorizante”
  • Para crianças pequenas, opte pela utilização de plataformas fechadas, como PlayKids
  • Levando em consideração as preferências de seus filhos, selecione previamente os conteúdos acessíveis, atualizando sempre que necessário
  • Estabeleça uma relação de confiança e um virtuoso canal de comunicação off-line
  • Sente-se junto com sua criança e aproveite para verificar se os vídeos que assiste são construtivos ou instigam comportamentos agressivos ou que colocam sua saúde ou vida em risco. Uma boa oportunidade para exercitar o pensamento crítico!!
  • Jamais acredite que você (ou seus filhos) não estão sujeitos “a essas bobagens”. O excesso de confiança representa um dos maiores fatores de riscos!

Veja também:

Não subestime o potencial das novas gerações, sobretudo daqueles que já dispõem de acesso à internet ou que possuem seu próprio smartphone. Com jeitinho, converse sobre tudo, sobre riscos e também sobre oportunidades que as NTICs oferecem. Se você não disser, a internet dirá do jeito dela!

*Alessandra Borelli é advogada especializada em Direito Digital, sócia e CEO da Nethics Educação Digital

https://www.nethicsedu.com.br

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