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Números de matrículas em creches no Brasil já estão na média de países da OCDE

Crescimento de matrículas em creches reflete mais acesso à educação, mas faltam dados sobre a qualidade das escolas

Raphael Preto Pereira* Publicado em 21/09/2021, às 07h00

Aumentaram as matrículas nas creches
Aumentaram as matrículas nas creches

O Brasil ampliou o acesso à educação infantil. Mas faltam indicadores que permitam olhar com mais cuidado para a qualidade deste ensino. Essa é a opinião de Beatriz Abuchaim,  gerente de Relações Governamentais e Institucionais da Fundação Maria Cecília Souto Vidigal.

Entre 2019 as matrículas na educação infantil de crianças até 3 anos, atingiram a média dos países da OCDE, com 25% das crianças matriculadas. Ao comentar os dados divulgados pelo relatório Education at a Glance,  divulgado semana passada pela OCDE (Organização dos Países Para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico) Beatriz disse que isso reflete “Um avanço do Brasil na conquista de direitos”.

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O Brasil ficou acima da média da OCDE quando se observa as matrículas na educação infantil que corresponde à parcela da população entre 3 e 5 anos. Na média da OCDE, 85% das dessas crianças estão matriculadas nas creches.

“Infelizmente, ainda faltam dados para atestar a qualidade da educação infantil”, lamenta Beatriz. Além disso, segundo ela, é importante observar que “a parcela mais rica da população ainda acessa a educação infantil com mais facilidade”, lamenta Beatriz.

Como a matrícula em creches ainda não é obrigatória os gestores dos municípios precisam lidar com a imprevisibilidade do número de pessoas que tentam acessar o direito à educação infantil . “Há  municípios que permitem, por exemplo, que as famílias manifestem o interesse na vaga antes mesmo da criança nascer”, explica a diretora da Fundação Maria Cecília Souto Vidigal.

Infelizmente há famílias que nem mesmo sabem que têm acesso ao direito de matricular seus filhos nas creches. Uma das soluções para isso é fazer uma busca ativa e uma das maneiras mais eficazes de executá-la é conscientizar os pais e familiares das redes de proteção social, por exemplo, já que toda criança, em algum momento, passa por ela.

A participação de creches que fazem convênios com os municípios e a partir disso atendem crianças da rede pública, também é expressiva. Os convênios acabam sendo uma boa opção para ampliar a oferta de vagas.

Mas segundo Beatriz, municípios precisam adotar critérios rígidos para escolher quais as instituições devem ser conveniadas. “É preciso observar várias questões, como a estrutura dos prédios e, até mesmo, ter um olhar especial para a alimentação das crianças. E também há outras técnicas como, por exemplo, o tamanho das salas de aula", alerta Beatriz.

O Brasil hoje tem mais de cinco milhões de estudantes matriculados na pré-escola, considerando matrículas públicas e privadas.

*Raphael Preto Pereira é repórter do Papo de Mãe. 

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