A ginecologista e obstetra Ligia Santos, colunista do Papo de Mãe, explica o que acontece se a mulher engravidar usando o DIU. É raro, mas pode ocorrer
Mariana Kotscho* Publicado em 24/06/2021, às 18h38
Você sabia que há vários tipos de DIU? A Dra. Ligia Santos conta que existe o DIU de cobre/prata (não hormonal) e o DIU hormonal - e que ambos têm mecanismos diferentes de funcionamento.
E o que fazer quando a mulher que usa DIU quer engravidar ou se ela engravidar usando o DIU?
"Eu costumo defender o DIU, é um método contraceptivo extremamente eficaz, tem mais de 99% de chance de eficácia", diz a Dra.Ligia. O DIU de cobre, por exemplo, tem 3 cm de diâmetro, é uma haste de plástico revestida com metal, em formato T (veja vídeo) e tem um "fio", usado na hora de retirar. A retirada é feita no momento em que a mulher quiser, ou quando vencer o prazo de validade.
O DIU de cobre ou prata libera íons que vão agir no muco cervical, tornando o local "ruim" para o espermatozóide, não deixando que ele chegue até o útero. Mas o DIU não impede a ovulação. Eventualmente pode acontecer de as barreiras falharem e a mulher engravidar com DIU. Se isso acontecer, é só retirar o DIU, que deve estar dentro da cavidade uterina. É preciso fazer um exame de ultrassom para ver se o DIU não se deslocou, o que pode acontecer.
Em caso de gravidez, o DIU deve ser retirado antes da 12a semana de gestação. A retirada pode colocar sim a gestação em risco, mas é necessária.
Se tiver passado das 12 primeiras semanas de gestação, não dá mais para retirar o DIU, vai ter que ficar lá dentro até o nascimento. Isso não provoca malformação no bebê, mas pode colocar em risco a gestação, provocando infecções e até aborto.
Se tudo correr bem, o DIU sai com a placenta no momento do parto.
A médica alerta que se a gravidez acontecer com o DIU, ela pode ser ectópica, que é fora da cavidade uterina. Neste caso não há como levar a gravidez adiante e tem que fazer uma cirurgia para retirar o DIU e o feto, já que esta gestação não tem como evoluir e pode colocar a mãe em risco.
A mulher que eventualmente perder uma das tubas uterinas por causa de gestação ectópica ainda poderá conseguir engravidar, já que são duas tubas.
A ginecologista ressalta novamente que a gestação com DIU é muito rara de acontecer, "nenhum método contraceptivo tem cobertura de 100%, mas o DIU é um dos melhores dispositivos. Ele pode ser colocado em qualquer fase do ciclo menstrual e a inserção é muito simples. Um método eficaz e de longa duração", finaliza a médica Ligia Santos.