Dra. Ligia Santos analisa as possíveis causas para meninas mexerem muito na região íntima
Fernanda Fernandes* Publicado em 26/05/2022, às 07h00
Entre as dúvidas recebidas pela Dra. Ligia Santos, uma delas foi: minha filha mexe muito na região íntima, pode ser alergia? A obstetra e colunista do Papo de Mãe responde esse questionamento, mas inicialmente afirma que mesmo analisando as possíveis causas, é essencial avaliar com o médico para ter um diagnóstico correto.
Pensando em uma menina pequena, de menos de 5 anos, Ligia afirma que pode ser sim algum tipo de alergia ou de coceira, e então é preciso ver como está a pele da criança, se está avermelhada ou com algum tipo de descamação. A médica recomenda que nesses casos, os pais realizem a troca do produto de limpeza, tanto limpeza de calcinha quanto a limpeza íntima.
Também pode ser uma infecção bacteriana ou uma infecção fúngica que faz com que gere uma irritação. Ligia reforça que eventualmente pode até gerar corrimento e sangramento, dependendo de como ela manipula o órgão genital.
Mas existe uma terceira opção também, que é a questão da masturbação. A ginecologista explica que crianças também se masturbam, mas que elas não estão pensando que estão se masturbando ou imaginando alguma coisa erótica. Na verdade, elas têm uma sensação que é prazerosa, “ela acaba manipulando o genital porque é uma sensação que agrada”.
O que é importante fazer nesses casos? Se já foi descartada a possibilidade de uma alergia e infecção, e perceber que é realmente uma manipulação genital por conta de uma masturbação, é preciso ensinar a criança. Ligia aponta, “Não precisa condenar, brigar. Não precisa tornar aquilo algo pesado para criança. Então mostrar que isso aqui não é para ser feito na frente de todo mundo, é feio”.
Para finalizar e tranquilizar os pais, Ligia reforça:
“A masturbação é uma coisa que faz parte da nossa sexualidade, vai percorrer a vida da mulher. Ou deveria, né? E a gente precisa aprender a lidar com isso com naturalidade. Faz parte do nosso processo de aprendizado. Não precisa ter medo, achar que a sua filha está pensando alguma coisa muito cabulosa, porque na verdade não está. Quando eles são muito pequenininhos, o que acontece é simplesmente isso. É uma sensação agradável. E por conta disso a criança acaba repetindo. O ideal é tratar isso de uma forma leve, para que a criança aprenda a lidar com a sexualidade de uma forma tranquila”.
*Fernanda Fernandes é repórter do Papo de Mãe
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