Mais de 850 crianças de até 4 anos foram vítimas da doença no nosso país. O estudo EPICOVID 19 mostrou na Primeira Infância houve número maior de óbitos
Redação Papo de Mãe Publicado em 07/10/2021, às 17h35
Nesta quinta-feira (07), uma nova pesquisa trazendo dados sobre o impacto da pandemia da Covid-19 no público infantil foi divulgada durante o evento IX Simpósio Internacional de Desenvolvimento da Primeira Infância, realizado pelo Núcleo Ciência Pela Infância (NCPI).
De acordo com o estudo EPICOVID 19 realizado por pesquisadores da Universidade Federal de Pelotas (UFPel), o índice de crianças pequenas (de até 4 anos), vítimas da Covid-19, é mais alto do que o de outras faixas etárias. No total, 867 crianças morreram em decorrência da doença no Brasil. O que representa que a cada um milhão de crianças, 31 morreram até setembro deste ano.
Já entre as crianças de 5 a 9 anos, foram 194 óbitos. Entre 10 a 14 anos, o número registrado foi de 273 mortes. E, por fim, a Covid-19 levou cerca de 808 adolescentes entre 15 a 19 anos. Segundo o último balanço divulgado pelo consórcio de veículos de imprensa com dados das secretarias de Saúde, o Brasil se aproxima do total de 600 mil mortes desde o início da pandemia.
A pesquisa EPICOVID 19 investigou mais de 120 mil pessoas de 133 cidades de todos os estados brasileiros.
Além dos números, o estudo também mostrou alguns impactos da Covid-19 para a Primeira Infância. Segundo o pesquisador e professor emérito de Epidemiologia Cesar Victora, a pandemia afetou os índices de pobreza, orfandade, subnutrição e utilização de serviços de saúde, principalmente a vacinação em crianças.
Durante o período pandêmico, 22,7% das crianças mais pobres deixaram de ser vacinadas. Entre as mais ricas, o índice foi de 15%. "Nossos resultados mostram que a pandemia foi associada a uma redução de cerca de 20% na vacinação infantil. As crianças de famílias pobres e das regiões menos desenvolvidas do país foram as mais afetadas. Há uma necessidade urgente de intensificar as atividades de imunização no país para compensar as doses perdidas e reduzir as desigualdades geográficas e socioeconômicas", explica Cesar Victora.
Até o momento, a campanha de vacinação no Brasil abrange o público infantojuvenil de até 12 anos de idade. Mas com os avanços dos estudos ao redor do mundo, pode ser que em breve a imunização de crianças mais novas aconteça.
A Argentina, por exemplo, aprovou no último dia 3 de outubro, o uso de vacinas contra a Covid-19 em crianças de 3 a 11 anos. O público dessa faixa etária vai poder receber a fórmula da farmacêutica chinesa Sinopharm. A expectativa é que até o final deste ano, o país vacine toda a população com mais de 3 anos.
Nos Estados Unidos, esta realidade também não parece estar longe. Nesta quinta, a Pfizer e a BioNtech entraram com pedido junto ao FDA, órgão regulador do país, para que o uso emergencial da vacina fosse aprovado em crianças acima de 5 anos.
"Com os novos casos em crianças nos EUA continuando em alto nível, esse pedido é um passo importante em nosso esforço contínuo contra a Covid-19. Estamos empenhados em trabalhar com o FDA com o objetivo final de ajudar a proteger as crianças contra esta grave ameaça à saúde pública", declarou a empresa através do Twitter.
No Brasil, a polêmica envolvendo a vacinação no público jovem de 12 a 18 anos, foi palco para uma discussão recente. Apesar de o Ministério da Saúde não recomendar a imunização de adolescentes sem comorbidades, a comunidade científica manteve seu posicionamento, que também conversa com a Anvisa e a própria OMS.
Ao Papo de Mãe, a pediatra e membra da Sociedade Brasileira de Imunologia (SBIM), A Dra. Lilian Zaboto, afirmou em entrevista recente que a vacina da Pfizer não apresenta riscos de reações adversas, fora as já conhecidas de qualquer vacina, para o público.
A vacina é completamente segura e a principal responsável pela queda de mortalidade pela Covid-19 e internações". (LZ)
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